domingo, 6 de novembro de 2011

Precisamos construir uma cultura de paz

Os valores que fundamentam a paz são: fraternidade, responsabilidade, respeito ao outro e aos diferentes, fé, e mediação pacífica dos conflitos.
Sônia Passos, da ONG Educadores para a Paz, faz algumas observações sobre o que é “Cultura de Paz”. Vejamos: A falta de uma ideia clara e precisa sobre o que é a paz faz com que se crie certa confusão sobre o que é e o que significa a paz. No plano interpessoal a expressão “deixe-me em paz” é muito comum e define a paz como tranquilidade, ausência de conflito. Este conceito restrito traz a ideia de paz negativa, desenvolvendo uma imagem passiva de paz, de difícil concretização. Segundo Galtung, existe hoje uma “pobreza do conceito de paz dominante”, que é necessário reformular. A concepção positiva de paz supõe não apenas ausência de relações conflituosas mas, acima de tudo, um esforço inteligente para prever ou resolver conflitos em potencial. Será a igualdade e a reciprocidade para que se possa falar em relações pacíficas.
A Unesco define cultura de paz como conjunto de valores, atitudes, tradições, comportamentos e modos de vida fundados sobre uma série de aspectos como, por exemplo, o respeito à vida, ao princípio de soberania, aos direitos humanos, à promoção de igualdade entre homens e mulheres e à liberdade de expressão; o compromisso de resolver pacificamente os conflitos; os esforços desenvolvidos para responder às necessidades planetárias; a promoção do desenvolvimento dos e entre os povos.
Este conceito de cultura de paz reconhece variáveis sociais, eonômicas e culturais e não se limita a arranjos sociais ou a realizações pessoais. A cultura de paz pressupõe dimensões coletivas e políticas estreitamente relacionadas com os conceitos de direitos humanos, democracia, justiça social e desenvolvimento. A paz é um processo dinâmico – não uma referência estática e imóvel – que exige a participação da cidadania em sua construção.

*Texto elaborado a partir do documento A Paz é Fruto da Justiça – CF 2009 – Fraternidade e Segurança Pública

terça-feira, 2 de agosto de 2011

O SILÊNCIO DOS PRÓ- VIDA

Tem me causado muita estranheza o silêncio dos autodenominados, intitulados movimentos em defesa da vida, pró- vida, da familia. Nesta época no ano passado tais movimentos estavam num alarde só com marchas e campanhas contra a candidatura à presidência da senhora Dilma Rousseff e da aprovação do 3º PNDH ( Programa Nacional dos Direitos Humanos), pelo congresso brasileiro, o que viam como uma bolivarização ou comunização do Brasil e um atentado à vida, aos valores ocidentais cristãos e à familia brasileira, num velho retrocesso e surrado discurso pré 31 de março de 1964.
Talvez o silêncio destes setores se deve à derrota que tiveram no Supremo Tribunal Federal, onde os magistrados os traíram ao homologar as uniões homoafetivas.
Mas o que me causa estranheza e fascínio, é a omissão dos pró- vida diante dos ataques diários em que a vida humana é atacada,principalmente da população mais pobre e excluída do nosso país e do mundo. É fácil falar em aborto, casamento gay, pois são assuntos secundários que chamam atenção da mídia, tocam nos sentimentos das pessoas ,como o caso do aborto ou a curiosidade em relação ao casamento gay. Um assunto que todos nós já temos uma opinião formada sendo contra ou a favor.
Mas não vejo alarde em relação a questões importantes, como a violência normativa, a concentração de renda, de terra( urbana e rural), destruição da natureza e os conflitos pela água. A violência que atinge as populações das favelas e bairros pobres; o tráfico de drogas que mata os nossos jovens, adolescentes,crianças, encontradas em qualquer esquina e comercializadas livremente à luz do dia; nossos jovens já estão com o veneno nas veias, vidas, famílias e comunidades destruídas pelo consumo, a prostituição infanto-juvenil,os homicídios praticados pela polícia e o narcotráfico.
Trabalhadores rurais assassinados pelo agronegócio, familias camponesas, indígenas e quilombolas expulsos de seu chão pelos grandes empreendimentos agrícolas, que envenenam a vida de agricultores e consumidores.
A morte de moradores de rua,crianças em frágeis barracos de acampamentos e casebres,de pacientes nas filas do SUS ( Sistema Único de Saúde) dos hospitais, lotados e sucateados no atendimento médico, além de um sistema prisional que forma criminosos em vez de ressocializar os que caíram no mundo do crime.
O ex- presidente uruguaio,de centro direita, agnóstico e colorado Julio Maria Sanguinetti( 1986-1990), fala " que é violação dos direitos humanos pessoas dormirem nas calçadas,morrerem nas filas dos hospitais e de fome ou frio".
Mas não vejo os pró- vida denunciarem estas graves violações dos direitos humanos,pois para eles a morte dos pobres é normal, necessária, pois nós não são consideradas pessoas, a não ser números de estatísticas que aparecem nos relatórios e telejornais.
Olham a nossa desgraça através das páginas policiais dos jornais, da tela da TV nos telejor nais( JN,Datena, Boris Casoy, Lasier Martins), da vidraça de suas casas, e do parabrisa de seus confortáveis automóveis.
Quando a violência os atinge reclamam da inércia do Estado, que não resolve o problema. Ficam calados quando uma mulher da alta sociedade e do seu meio aborta numa clínica particular,ou que crianças pobres morrem de fome,desnutridas,nas filas do atendimento médico no colo de suas mães, de frio ou de bala perdida.
Nunca vi os pró- vida nos bairros pobres, favelas, acampamentos, denunciando as violações diárias dos direito à vida dos mais pobres. Elogiam Madre Teresa de Calcutá, São Francisco e Santa Clara de Assis, Felipe Neri, Camilo de Lellis, mas não fazem como eles, ir ao lugar do pobre, lavar, limpar as suas feridas.
Pois isso não dá ibope nem manchete ninguém, isso que me causa mais estranheza diante da omissão dos pró- vida. Devemos, sim, defender a vida da gestação até a morte natural, para isso é necessário fazer algo, como combater os mecanismos que geram a morte de milhares de seres humanos. E nos vem o convite de escolha:
" Escolhe,pois, a vida" ( Dt 30, 19), De que lado estamos?

Júlio Lázaro Torma


" O pão dos indigentes é a vida dos pobres;
aquele que lhe tira é um homicida"
(Eclo 34,25)

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Dia Municipal da Paz

Podemos dar uma olhada no nosso coração e fazer um gesto,uma reflexão,uma palavra
sobre a paz.
Mas é preciso que ela comece em nós.
Depois ela se espalha...
Vamos cantar?


A paz invadiu o meu coração
De repente, me encheu de paz
Como se o vento de um tufão
Arrancasse meus pés do chão
Onde eu já não me enterro mais

A paz fez um mar da revolução
Invadir meu destino; A paz
Como aquela grande explosão
Uma bomba sobre o Japão
Fez nascer o Japão da paz

Eu pensei em mim
Eu pensei em ti
Eu chorei por nós
Que contradição
Só a guerra faz
Nosso amor em paz

Eu vim
Vim parar na beira do cais
Onde a estrada chegou ao fim
Onde o fim da tarde é lilás
Onde o mar arrebenta em mim
O lamento de tantos "ais"



A Paz - Gilberto Gil

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Nota da CNBB sobre os atos de violência na região Amazônica

Ouvi o Grito do meu povo e desci para liberta-lo.(Cf Ex3,7)


O Conselho Permanente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil reunido em Brasilia nos dias 15,16 e 17 de junho de 2011,manifesta sua preocupação e denuncia os inúmeros casos de violência e mortes ocorridos no norte do País,atingindo os pequenos agricultores,povos originários da floresta e quilombolas.

No caso especifico dos recentes atos de violência e morte,as ameaças já eram de conhecimento das autoridades competentes.Infelizmente pouco foi feito para proteger estas familias. Os fatos são de tal gravidade que exigem a apuração imediata com a conseqüente punição dos culpados,bem como a proteção a todas as lideranças camponesas ameaçadas de morte,para que haja justiça em nosso país. A fidelidade a Nosso Senhor Jesus Cristo,que veio ao mundo para que todos tivessem vida em abundância ( cf. Jo 10,10) nos impele á presente denùncia.

As muitas vidas ceifadas devido aos conflitos agrários alertam a sociedade eo Estado para a necessidade de ações urgentes e eficazes que contribuam para consolidar a segurança no campo.

A realidade de violência evidencia a gravidade da ausência do Estado naquela região.
Não podemos permitir que prevaleça a lei do mais forte,pois significa a compactuação com as graves injustiças geradas especialmente pela extração ilegal de madeira e pela ocupação ilegal do solo.

Em respeito aos pequenos agricultores,assentados,dos povos originários da floresta,dos povos quilombolas e riberinhos cobramos a urgência de um projeto de reforma agrária e uma política agrícola que respeite as dversidades regionais e os biomas.

Manifestamos nossa solidariedade ás familias enlutadas e em comunhão com os grupos sociais atingidos queremos que o " direito brote como fonte e a justiça corra como um rio que não seca" ( Am 5,24).
Brasilia -DF, 17 de junho de 2011
Cardeal Raymundo Damasceno Assis Dom Leonardo Ulrich Steiner
Arcebispo de Aparecida-SP Bispo Prelado de São Félix-MT Secretário Geral da CNBB
Presidente da CNBB


Dom José Belisário da Silva
Arcebispo de São Luis do Maranhão- MA
Vice- Presidente da CNBB

domingo, 26 de junho de 2011

Encontro 21-06-2011

Nossa reunião este mês realizou-se na Escola Franklin Olivé Leite, na Cohab Lindóia. Conforme decisão, houve rodízio de local; estavam Suely, Diná, Ândria, Olenca, Ana, profas Dilma, Inah, Lúcia, Alessandra, Márcia e Luziane.

Há perspectiva de bom entrosamento e algum trabalho importante do Fórum com professores/as e funcionários/as. Percebemos essa questão porque fomos recebidas com carinho e nossa proposta era ouvir o grupo. Não imaginam o quanto de ensinamento tivemos delas falando sobre suas vidas e seu trabalho com as crianças, como lidam com a violência na Escola, como sofrem – e aí houve depoimentos pessoais, sem inibições ,parecia que éramos uma família ou velhos amigos trocando ideias. Nossa conversa atingiu nossas vivências, experiências, dúvidas, entremeadas de convicções políticas e humanas.

Saímos de lá com enorme bagagem, a cabeça fervilhando, tecemos a manhã cinzenta e perseguimos o sol ,que veio um pouco, se escondeu de novo, imitando um pouco nosso grupo, no meio de uma escola...,um mundo, um universo de todos os sentimentos e sonhos, parecidos com os que temos.

De tudo isso, passaram-se apenas 80 minutos!

Será que o Fórum e elas ( eram só mulheres)dão conta?

Uma avaliação rápida apontou que trazer o Fórum para a Escola foi muito bom.

Os encaminhamentos:

- participar dia 20 de julho, à tarde, com profs e funcs (talvez tb com pais) da jornada pedagógica. Espaço do Fórum;

- visitar 5ª CRE com representantes do Fórum e da Escola para conversa com Prof Marco e Dora;

- fazer do dia de reunião ordinária de julho este encontro do dia 20/07.

Gostaria de ser mais explícita, mas há coisas que a gente nem consegue relatar.

Ficamos com o provérbio africano: “Gente pequena, em lugares pequenos, fazendo pequenas coisas consegue mudanças extraordinárias.”

Um abraço, com a paz de Jesus.

Amém! Axé! Auere! Aleluia!

terça-feira, 26 de abril de 2011

Paz e Meio Ambiente

Os fatos do mundo e perto de nós trazem um recado direto para a humanidade: tsunames, avalanches, deslizamentos, enchentes, entre outros tragédias, são as dores da natureza, ou ainda melhor, da Terra. Os humanos são responsáveis por estas dores.
Não há tecnologia avançada suficiente para prever e evitar deslizamentos, chuvaradas, aquecimento global, vazamento de gases tóxicos letais em usinas nucleares, estudos que deveriam ajudar o mundo a manter vidas, preservar espécies e proporcionar melhores condições de uso dos recursos naturais do planeta.
A ciência estuda os fenômenos que nos assombram e preocupam cada vez mais. Há também tentativas das organizações governamentais ou não, grupos, indivíduos, conferências mundiais e locais, voltados para alertar o mundo e realizar ações globais em defesa da vida do planeta.
Este, junto a conflitos bélicos em luta pelo poder econômico, são sinais do século XXI, recém ferido no século passado no contexto das maldades ditatoriais dos estados que dominavam nossas vidas, em especial na dependência do avanço do capitalismo internacional e selvagem.
Em nova perspectiva mundial, apresenta-se o desafio do cuidado da vida, que negligenciamos até agora em favor do descaso, do uso indiscriminado dos bens de consumo, do luxo, da exploração imobiliária, das promessas fáceis aos mais necessitados, principalmente de um terreno, de uma casa posta em qualquer lugar. Somos a sociedade do consumo pelo consumo, individualista, satisfazendo por algumas horas o desejo do carro, do aparelho novo (qualquer) na casa, da disputa pelo quem tem mais e mais rápido, do mais avançado e moderno.
Enquanto isso os bueiros entopem, as pessoas adoecem e engordam apesar da neurose do cuidado do corpo, das academias; os mais pobres da vilas atolam no barro e perdem as casas com todos os móveis diante qualquer chuva. Alguns comem demais enquanto outros catam comida entre os resíduos descartados.
Haverá paz entre os homens e mulheres do planeta diante de tantas ameaças? Como será possível a convivência fraterna e igual ?
Colho uma ideia de José Lutzemberger: a terra não é uma simples portadora de vida, é um sistema vivo. Com isso, precisamos de uma nova ética, que contemple a verdadeira condição humana de criação, de cuidar o que está vivo e a vida que vem com a sua plena capacidade de ser para as gerações.

Ana Helena Beckenkamp – Membro do Fórum pela Cultura da Paz

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Fórum reúne-se no dia 19 de abril

Dando continuidade aos trabalhos por um mundo mais justo e solidário,
o Fórum pela Cultura da Paz reúne-se no dia 19 de abril, no horário
das 8:30, na sede do CPERS, cumprindo reunião mensal.
Na pauta, os temas que movem as atividades para 2011 e planejamento
específico nas áreas de educação e segurança pública, bem como de
direitos humanos. Intensificará a ideia de rede/relações com a
sociedade.
As representações que têm se encontrado no Fórum realizarão um
trabalho intensivo de resgate de outros segmentos da população que
deixaram de comparecer aos encontros. Também incentiva a presença
individual das pessoas que queiram contribuir na luta por um "outro
mundo possível".

"Se queres a paz...defende a vida!
Se queres a paz...luta pela justiça!
Se queres a paz...trabalha pela paz!
Se queres a paz...educa para a paz!
Se queres a paz...defende os direitos humanos.
teus e de outros seres humanos também!"


Luiz Peres Aguirre- "Educação para a Cidadania"- Anistia Internacional, p.21.