terça-feira, 26 de abril de 2011

Paz e Meio Ambiente

Os fatos do mundo e perto de nós trazem um recado direto para a humanidade: tsunames, avalanches, deslizamentos, enchentes, entre outros tragédias, são as dores da natureza, ou ainda melhor, da Terra. Os humanos são responsáveis por estas dores.
Não há tecnologia avançada suficiente para prever e evitar deslizamentos, chuvaradas, aquecimento global, vazamento de gases tóxicos letais em usinas nucleares, estudos que deveriam ajudar o mundo a manter vidas, preservar espécies e proporcionar melhores condições de uso dos recursos naturais do planeta.
A ciência estuda os fenômenos que nos assombram e preocupam cada vez mais. Há também tentativas das organizações governamentais ou não, grupos, indivíduos, conferências mundiais e locais, voltados para alertar o mundo e realizar ações globais em defesa da vida do planeta.
Este, junto a conflitos bélicos em luta pelo poder econômico, são sinais do século XXI, recém ferido no século passado no contexto das maldades ditatoriais dos estados que dominavam nossas vidas, em especial na dependência do avanço do capitalismo internacional e selvagem.
Em nova perspectiva mundial, apresenta-se o desafio do cuidado da vida, que negligenciamos até agora em favor do descaso, do uso indiscriminado dos bens de consumo, do luxo, da exploração imobiliária, das promessas fáceis aos mais necessitados, principalmente de um terreno, de uma casa posta em qualquer lugar. Somos a sociedade do consumo pelo consumo, individualista, satisfazendo por algumas horas o desejo do carro, do aparelho novo (qualquer) na casa, da disputa pelo quem tem mais e mais rápido, do mais avançado e moderno.
Enquanto isso os bueiros entopem, as pessoas adoecem e engordam apesar da neurose do cuidado do corpo, das academias; os mais pobres da vilas atolam no barro e perdem as casas com todos os móveis diante qualquer chuva. Alguns comem demais enquanto outros catam comida entre os resíduos descartados.
Haverá paz entre os homens e mulheres do planeta diante de tantas ameaças? Como será possível a convivência fraterna e igual ?
Colho uma ideia de José Lutzemberger: a terra não é uma simples portadora de vida, é um sistema vivo. Com isso, precisamos de uma nova ética, que contemple a verdadeira condição humana de criação, de cuidar o que está vivo e a vida que vem com a sua plena capacidade de ser para as gerações.

Ana Helena Beckenkamp – Membro do Fórum pela Cultura da Paz

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